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  • Foto do escritorCarolina Ghilardi

Maior edição do Campeonato Paranaense de Futebol Americano chega a final

A edição pode ser considerada histórica, além de reunir a melhor defesa e o melhor ataque do torneio


Por Carolina Ghilardi



No próximo domingo, 10 de junho, acontece a final do Campeonato Paranaense de Futebol Americano – o Paraná Bowl X. A edição, que começou em fevereiro, é a maior já realizada no estado. Além de completar dez anos de existência, o Paraná Bowl X deste ano tem mais um motivo para ser histórico: há dez anos atrás, acontecia em Curitiba a primeira partida do Brasil a ser disputada com todos os equipamentos necessários.


A primeira partida realizada com o equipamento completo (full pads) aconteceu em outubro de 2008 entre o Brown Spiders e o Barigui Crocodiles, hoje Coritiba Crocodiles –  um dos times a disputar a final do campeonato deste ano. O confronto de 2008 foi fundamental para a estruturação das competições e do esporte no país. “A partir desse start, o Brasil foi se equipando, porque todos os times queriam jogar, enfrentar uns aos outros, e com isso foram surgindo novas equipes, e hoje estamos com mais de 200 delegações espalhadas no país, jogando campeonatos estaduais, nacionais e regionais”, salienta Valdomiro Cirino da Silva Júnior, diretor de comunicação da Federação Paranaense de Futebol Americano (FPFA).


O Paraná Bowl desse ano contou com a participação de 12 equipes de 7 cidades –  dentre elas, o Paraná HP, Brown Spiders, Coritiba Crocodiles, Curitiba Lions, Guardian Saints, Moon Howlers FA, União Snakes FA, Maringá Pyros, Francisco Beltrão Red Feet, Foz do Iguaçu Black Sharks, Guarapuava DarkWolves e Street Dogs FA, mas o título será decidido pelo Paraná HP e o Coritiba Crocodiles.


A disputa será entre a melhor defesa e o melhor ataque da competição. O HP tomou apenas três pontos até aqui na temporada e o Croco, como é conhecido o Coritiba Crocodiles, tem o melhor ataque, com uma marca de 261 pontos. O Paraná HP venceu as últimas duas edições da competição e busca o tricampeonato, enquanto o Coritiba Crocodiles busca seu oitavo título.


Chegar ao Paraná Bowl é de grande peso para os atletas do Crocodiles, como conta o Wide-Receiver, Adan Rodriguez, que começou no esporte em 2005. Ele conta que, para isso, o Croco tem se empenhado expressivamente para a final. “A equipe está bem preparada, estamos treinando bastante. Sabemos que o Paraná HP é o atual bicampeão e que não será um jogo fácil”, comenta ele.


Para o Linebacker Rodrigo Zandoná, que está disputando a sua quinta final pelo Paraná HP, a  sensação é única e uma mistura de sentimentos o envolve mesmo depois de já ter chegado outras vezes na final. Ele conta que a equipe está motivada e sabe que será um jogo difícil. “O Croco é um time muito bom, experiente. Eles são muito frios em momentos difíceis da partida, o que os tornam um adversário muito difícil. Será um jogo decidido em detalhes, então não podemos errar”, completa Rodrigo.



Na foto, Rodrigo Zandoná e Adan Rodriguez, em um jogo entre Paraná HP [branco] e Coritiba Crocodiles [preto], em setembro de 2017. (Foto: Emanuelle Mattos)


Para entender o futebol americano

Para os menos entendidos, o esporte pode parecer um tanto agressivo e violento, mas os jogadores garantem que não. Para Adan e Rodrigo, os vários equipamentos, regras e estudos, atuam para proteger o jogador. Os vários contatos e impactos são para alcançar o objetivo do jogo – conquistar território e somar mais pontos que o adversário.


Para isso, o esporte conta com 3 equipes, a de ataque, a de defesa e o time especial, que entra em situações de jogadas de chute. “No time dos especialistas, no padrão americano, tem três jogadores específicos, o cara que chuta, o que segura a bola e o que a joga para trás, o jogador só entra em campo para fazer aquilo. No Brasil, o jogador de ataque chuta e o de defesa faz o snap [lance inicial da jogada] devido a necessidade”, explica Luan Tuleski, Wide-Receiver do Brown Spiders.


No futebol americano, as equipes são formadas por 11 jogadores e o número de substituições numa partida é ilimitado. A equipe de ataque tem 4 jogadas para avançar no mínimo 10 jardas. O jogo tem a duração de 60 minutos, mas o cronômetro é interrompido todas as vezes que tem paralisações na partida.



Equipe do Paraná HP, em uma jogada de chute. (Foto: Arquivo HP Futebol Americano)



Formação da linha de ataque do Coritiba Crocodiles, em um jogo de março deste ano (Foto: Arquivo Coritiba Crocodiles)


O esporte da bola oval no Paraná e no Brasil

O primeiro campeonato reuniu cerca de cinco equipes, e nessa décima edição, 12 participaram. O diretor de comunicação da FPFA, Valdomiro, conta que é nítido a evolução das equipes no estado. “Nós temos uma evolução absurda em todos os quesitos, tanto na parte de técnica dos jogadores, na evolução tática, preparação física, e fora das jardas, com a comissão técnica”, explica. Ele conta também que o público aumentou significativamente durante os anos. A edição passada do Paraná Bowl teve 2,2 mil pessoas – o local onde o jogo foi realizado operou com capacidade máxima de público.


O Brasil atualmente é o segundo país fora dos Estados Unidos com mais amantes da NFL – a liga profissional de futebol americano, segundo a pesquisa realizada pelo Global Web Index e a Statista. Apesar dessa marca, a profissionalização do esporte no país ainda é um sonho distante na visão do diretor.


Para Vinícius Basso, entusiasta e editor de um site direcionado ao esporte, um dos motivos para a falta de reconhecimento do futebol americano se dá pelo fato de o Brasil ser o país do outro futebol. “Os outros esportes estão sempre ali tentando pegar um espacinho, mas não tem jeito, o brasileiro vive do outro futebol. Por isso, é difícil para qualquer outro esporte crescer no Brasil”, finaliza.


Por dentro das 120 jardas

O campo de jogo é um retângulo com 120 jardas de comprimento e aproximadamente 53 jardas de largura. A Endzone é a área onde se pontua, e o time que está com a bola tem por objetivo chegar nessa área.


(Arte: Diário NFL)


Equipe de ataque

Essa equipe é dividida em três funções, sendo elas a de recebedor, que são executadas principalmente pelos Wide-Receivers, mas também pelo Tigh-End; a de corredor, pelo Running Back e Fullback, e de bloqueador, que é a linha ofensiva do time, executada pelo Center, Guard e Ofensive Tackle


Quarterback (QB): é a figura mais famosa do esporte, e tem como função distribuir a bola. Atua como o cérebro da equipe.

Wide-Receivers (WR): tem a função de penetrar na defesa adversária o mais rapidamente para assim poder receber a bola do QB.

Tigh-End (TE): a sua principal função é impedir que os defensores adversários cheguem ao seu QB, mas também pode receber bolas.

Running Back (RB): um jogador rápido, que tem a função de correr com a bola.

Fullback (FB): aquele que pode correr com a bola, mas também é utilizado para bloqueios.

Center (C): é aquele que dá início à jogada, passando a bola por baixo de suas pernas para o quarterback. Deve ser ágil e um ótimo bloqueador.

Guard (G): Têm responsabilidade em tudo que acontece no miolo da linha e geralmente são os principais responsáveis nos bloqueios para corridas.

Offensive Tackle (OT): Seu trabalho nas jogadas aéreas é proteger o quarterback, normalmente bloqueando os defensive ends adversários.



(Arte: BrasilBowl 2012)


Equipe de defesa

Essa equipe tem a função de bloquear e impedir que o adversário avance no seu território, e, para isso, conta com os seguintes jogadores:


Defensive Tackles (DT): jogadores que ficam no meio da linha de defesa.

Defensive Ends (DE): aqueles que jogam nas pontas da linha defensiva.

Linebackers (LB): jogam logo atrás da linha de defesa e avançam para fazer tackles e às vezes coberturas em passes curtos.

Cornerbacks (CB): são aqueles que marcam as laterais do campo, e automaticamente os Wide-Receivers.

Safeties (SS ou FS): responsáveis pela cobertura mais recuada, são os últimos para impedir o ataque adversário.



As cheerleaders

As cheerleaders também fazem parte do espetáculo do futebol e, mais do que embelezar as partidas do lado de fora das quatro linhas, elas têm um papel muito importante dentro dos estádios: manter a torcida animada durante os momentos de paralisação da partida. Para Julia Eugênio, cheerleader do Brown Spider, as líderes de torcida são muito importantes para fortalecer o time. “Às vezes, a primeira visão que as pessoas têm quando vão nos nossos jogos é de que somos as meninas que balançam o pompom ou que ficam se ‘aparecendo’, mas por trás disso a gente ajuda muito o time, tanto em preparação do campo, quanto atendendo no bar, limpando as arquibancadas e entregando lembrancinhas para os torcedores.” completa a cheerleader.



As Cheerleader do Brown Spider, buscam utilizar movimentos de dança, acrobacias e os movimentos padrão do cheerleading universitário norte-americano em suas apresentações. (Foto: Adriano Ferrari)

Equipamentos

O futebol americano é um dos esportes onde o contato com outros jogadores é inevitável, e para que contusões sejam evitadas, é primordial o uso de alguns equipamentos de proteção. Dentre eles, os itens obrigatórios a nível nacional são o protetor bucal, as ombreiras (Shoulder Pad), o capacete (Helmet), as chuteiras que não precisa necessariamente ser a específica de futebol americano, e as calças seven pieces (com proteções no joelho, coxas, cóccix e cintura). No Paraná, por enquanto, a calça não precisa proteger o joelho. Outro acessório que pode contribuir com rendimento do jogador, mas não é obrigatório, são as luvas.


(Arte: Portal IG)


Algumas regras

Além dos equipamentos de proteção, o esporte tem diversas regras para resguardar ainda mais a integridade física dos jogadores, como por exemplo, o único jogador que pode ser segurado é o que está com a bola. Não se pode puxar o jogador adversário pela grade do capacete, nem pela parte de trás do shoulder pads. O jogador não pode ser bloqueado abaixo da linha do joelho. O Tackle – jogada para tirar a bola do controle adversário e impedi-lo de ganhar terreno não pode ser direcionado ao capacete do adversário. Caso alguma dessas coisas sejam feitas, a equipe que cometeu a falta é penalizada, e assim o time que sofreu a falta tem o direito de avançar algumas jardas.


Serviço:

Final do Campeonato Paranaense de Futebol Americano – Paraná Bowl X

Data: 10/06 – domingo

Horário: 14h

Local: Complexo Esportivo Brown Spiders (Rua Suécia, 1045 – Tarumã, Curitiba/PR)

Valor: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada).


Para conferir a reportagem no site original de publicação clique aqui

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