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  • Foto do escritorCarolina Ghilardi

Dieta sem glúten por opção

O corte do glúten da alimentação pode trazer resultados positivos para a saúde, mas antes de iniciar a dieta, existem algumas precauções a serem consideradas


Por Manuel Valdes e Carolina Ghilardi


Uma nova dieta tem chamado a atenção dos especialistas e dos produtores de alimentos: a dieta com restrição ao glúten. Cada vez mais, os consumidores se afastam das prateleiras que contém essa proteína por medo das histórias de aumento de peso, risco de diabetes ou até mesmo de câncer. Embora existam pessoas intolerantes, muitos escolhem abrir mão da substância por livre e espontânea vontade. Em meio a uma infinidade de mitos e verdades, fica a pergunta: quais são as consequências do consumo – ou da falta – do glúten?

A vida sem glúten O glúten está presente em pães, massas, chocolates e até cervejas. (Imagem: tutibom.com.br)O glúten é um conjunto de proteínas que se encontra nos alimentos que vêm dos cereais. Pães, bolachas e massas, tradicionalmente, contêm glúten. A substância serve como fermento para os pães, por exemplo, e confere às massas sua consistência elástica.

Pessoas que portam a doença celíaca não podem consumir o glúten, pois seus corpos reagem com uma inflamação, danificando o intestino. Existem ainda os intolerantes e sensíveis ao conjunto de proteínas. Mas o que mais chama a atenção são as pessoas que decidiram, voluntariamente, abrir mão do glúten.

“Eu sempre gostei de cuidar da minha alimentação e de comer alimentos de verdade, nada que venha de um saquinho ou tenha origem desconhecida” afirma a estudante de Relações Públicas Mariane Pietrobom (20), que cortou o glúten após descobrir ter intolerância à lactose. “Comecei a me restringir em relação a outros alimentos também, inclusive os que continham glúten. Meu corpo mudou e a forma como eu me sentia também”, conta.

Mitos e verdades Um dos maiores atrativos da dieta sem glúten é a ideia da perda de peso. Porém, essa teoria já caiu por terra. Embora existam relatos de números menores na balança após a mudança na alimentação, é comprovado que não é o glúten em si que engorda. Como ele normalmente está nos carboidratos, seu corte implica tirar o pão, as massas e os doces do dia a dia, alimentos que podem contribuir para aumento de peso.

Outro mito associado ao glúten é que seu consumo diminui a chance de ter diabetes. Um estudo do Departamento de Nutrição da Universidade de Harvard, feito no início de 2017, mostrou o contrário. O resultado foi que a falta de glúten na dieta pode estar intimamente relacionada com o desenvolvimento da diabetes tipo 2. A pesquisa revelou que a chance de desenvolver a doença era 13% maior entre os que não consumiam a proteína.

Com a palavra, a especialista De acordo com a nutricionista Andressa Fröhlich Troles (32), apesar de existirem vantagens na retirada do glúten da alimentação, isso não é recomendado, a não ser que seja comprovada a intolerância, alergia ou sensibilidade. “As vantagens seriam a melhora da digestão, a redução dos carboidratos refinados e o menor risco de inflamação, mas eu só recomendo quando tenho o diagnóstico”, diz.

A palavra de ordem para quem quer emagrecer é manter uma alimentação equilibrada, sem restrições e com acompanhamento de uma nutricionista. “O corte do glúten pode levar a pessoa a ganhar peso. Ao cortar a substância a pessoa pode acabar sentindo mais fome e comendo em excesso”, explica a nutricionista.

Cada um com seu cada qual Ainda assim, vai da escolha de cada um. Existem diversos casos de sucesso no mundo glúten-free, como o da química aposentada Lanamar Wolpe. “Não considero dieta o que faço, entendo como opção de escolha alimentar para melhorar a saúde. Recebo elogios (quanto à saúde) quando faço exames de rotina”, conta Lanamar, que decidiu reduzir a proteína substancialmente, em 90%. Mas vale lembrar: antes de iniciar uma dieta livre de glúten, é muito importante procurar um nutricionista.

Ao deixar de consumir a substância, “deve-se aumentar o consumo de fibras, frutas e legumes para manter o bom funcionamento do sistema digestivo”, conclui Andressa Troles. Para quem fica no mundo do pão e das massas tradicionais, tudo indica que não há nada com o que se preocupar. A não ser, talvez, alguns quilinhos a mais.


Para conferir a reportagem no site original de publicação clique aqui

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